terça-feira, 29 de julho de 2008

Teus olhos

Olhos do meu Amor!
Infantes loiros
Que trazem os meus presos, endoidados!
Neles deixei, um dia, os meus tesoiros:
Meus anéis, minhas rendas, meus brocados.
Neles ficaram meus palácios moiros,
Meus carros de combate, destroçados,
Os meus diamantes, todos os meus oiros
Que trouxe d'Além-Mundos ignorados!
Olhos do meu Amor!
Fontes... cisternas...Enigmáticas campas medievais...
Jardins de Espanha... catedrais eternas...
Berço vindo do Céu à minha porta...
Ó meu leito de núpcias irreais!...
Meu sumptuoso túmulo de morta!...


No Adeus fica a lágrima nos olhos

2 comentários:

  1. FOLHAS DE ROSA
    Todas as prendas que me deste, um dia,
    Guardei-as, meu encanto, quase a medo,
    E quando a noite espreita o pôr-do-sol,
    Eu vou falar com elas em segredo...
    E falo-lhes d’amores e de ilusões,
    Choro e rio com elas, mansamente...
    Pouco a pouco o perfume do outrora
    Flutua em volta delas, docemente...
    Pelo copinho de cristal e prata
    Bebo uma saudade estranha e vaga,
    Uma saudade imensa e infinita
    Que, triste, me deslumbra e m’embriaga
    O espelho de prata cinzelada,
    A doce oferta que eu amava tanto,
    Que reflectia outrora tantos risos,
    E agora reflecte apenas pranto,
    E o colar de pedras preciosas,
    De lágrimas e estrelas constelado,
    Resumem em seus brilhos o que tenho
    De vago e de feliz no meu passado...
    Mas de todas as prendas, a mais rara,
    Aquela que mais fala à fantasia,
    São as folhas daquela rosa branca
    Que a meus pés desfolhaste, aquele dia...

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  2. CANÇÃO DE AMOR

    Esta mulher é formosa
    como uma flor da montanha,
    mas é fria, fria, e é fria
    como a margem de neve
    onde fria floresce.



    Poema indío Norte Americano

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